Por Jéssica Figueiredo
A idéia de modernizar contos de fadas não é novidade na cultura pop. Roteiristas reciclam esse conceito à vontade no cinema, fazendo filmes e seriados de todos os gêneros: animação, comédias românticas, suspense, terror, e até romances “água com açúcar” – como a massificada Saga Crepúsculo. Colocar princesas em apartamentos suburbanos, humanizar feras, desencantar fadas madrinhas e incluir elementos da vida urbana nas fábulas dos Irmãos Grimm se mostrou como uma espécie de arte pronta, feita para dar boas risadas e conquistar rapidamente o público de filmes pipoca. Com Bill Willingham, a história foi um pouco diferente.
Sempre interessado em lendas antigas e mitológicas e contos de magia, Bill começou sua carreira de escritor de HQs perto dos anos 70, publicando histórias isoladas e autorais em diversas editoras quase tão iniciantes quanto ele. Mas foi apenas em 2002 que ele teve sua epifania, colocando nas bancas o primeiro volume da série que consolidaria seu nome no mundo dos quadrinhos: Fábulas.
Publicada pela Vertigo, a série encontra-se hoje no seu 15º volume, com o 12º chegando ao Brasil em agosto deste ano. Intitulado “A Era das Trevas”, este volume dá continuidade à história das Fábulas após elas contra-atacarem e derrotarem de vez o vasto império do Adversário, numa guerra com muitos mortos, pouco sangue derramado, mas com apenas um guerreiro saindo dolorosamente ferido: o Garoto Azul. Nesse meio tempo, poderíamos até pensar que a Cidade das Fábulas estaria em paz. Porém, não só uma, mas três ameaças ainda maiores – nas quais nem mesmo a líder dos bruxos do 13º andar, Frau Totenkinder, consegue distinguir – surgem das trevas e começam a literalmente destruir o mundo no qual as fábulas se disfarçam de humanos.
Acompanhado de um excelente time de desenhistas, Bill Willingham não dispensa a ironia, e dá sua versão dos contos de fadas, criando uma história na qual nem mesmo no maior desespero ou tristeza, os personagens perdem seu senso de humor. A série começa dando a entender que o principal vilão da história novamente será o Adversário, uma vez que ele está de volta à Cidade das Fábulas, mas uma sucessão de imprevistos acontece no decorrer das páginas, deixando o leitor extremamente curioso para saber qual vai ser o próximo desafio que os contos terão que enfrentar.
O grande príncipe d’”A Era das Trevas” é o gênio Mark Buckingham (responsável pelos números de Sandman “Morte, O Preço da Vida” e “Morte, O Grande Momento da Vida”), que ilustra praticamente todos os capítulos desta edição. Como se pudesse usar toda sua extensa paleta de cores, Mark desenha com maestria as boas situações de devastação da série, sem nunca desperdiçar o que parece ser sua especialidade: o uso das sombras. Além disso, seu estilo pode ser reconhecido em qualquer página, principalmente pelas ilustrações nas bordas de cada cena, tecendo uma espécie de cenário à parte, muito mais amplo e cheio de significados.
Fábulas vol 12: A Era das Trevas
Autores: Bill Willingham (roteiro) e Mark Buckingham(arte)
Capa Cartão » 180 páginas
Formato 17x26cm
Preço R$ 24,90
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